Atenção! O Portal dos Bancários RS utiliza cookies neste site, eles são utilizados para melhorar a sua experiência de uso e estatísticos.

#TERCEIRIZAÇÃO | 20/10/2023
Santander repete na Argentina processo de terceirização e desrespeito a acordos coletivos

A greve nacional bancária prevista para esta sexta-feira (20/10) na Argentina foi suspensa após determinação do Ministério do Trabalho daquele país, que também convocou uma reunião entre a Asociación Bancaria (o sindicato dos bancários argentinos) e representantes dos bancos Santander, Galicia e Supervielle.

O movimento sindical bancário argentino denuncia as empresas pelo descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho, prática injusta nas mesas de negociação, terceirização e fechamento de agências e redução de postos de trabalho, em grande escala, ocasionando a sobrecarga dos funcionários que permanecem.

A secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, explica que o desrespeito sofrido pelos trabalhadores do Santander na Argentina é o mesmo sofrido pelos bancários do Santander aqui no Brasil. “Nós nos solidarizamos aos nossos irmãos e vizinhos argentinos. O movimento do Santander, de retirada de direitos dos trabalhadores, é um movimento global, portanto a nossa luta precisa ser articulada no âmbito internacional”, explica.

Aqui no Brasil, Rita lembra que, desde o segundo semestre de 2021, o banco intensificou o processo de terceirização, com a criação de seis empresas, cada uma com funcionários vinculados a um sindicato diferente. “A terceirização causa separação entre os trabalhadores e, com isso, enfraquece os direitos conquistados na convenção coletiva da categoria bancária. E esse processo é repetido pelo Santander em outros países”, destaca.

A justiça brasileira já condenou três vezes o Santander por fraudar a contratação de bancários, a partir da alteração de contrato para transferir trabalhadores, de forma compulsória, do CNPJ do Santander para um dos CNPJs das empresas criadas. “O objetivo com isso é rebaixar salários e direitos, além de fragilizar a organização sindical por meio da fragmentação da categoria”, explica a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander, Wanessa de Queiroz.

Rita observa que nunca foi tão fundamental à classe trabalhadora a organização internacional. “A globalização capitalista desregula os direitos do trabalhador e as cláusulas sociais conquistadas nos acordos coletivos. Isso fica claro com a escalada da precarização do mercado de trabalho não apenas no Brasil, como no mundo, onde estamos vendo que a principal oportunidade de trabalho que é apresentada hoje são as plataformas de aplicativos”, aponta. “Por isso, temos dado cada vez mais destaque para a unidade dos movimentos sociais progressistas, do movimento sindical de trabalhadores. É essa unidade que impediu perdas maiores de direitos nos últimos anos e que vai permitir que tenhamos força contra as novas pressões do capitalismo vigente”, conclui.

Até o momento do fechamento desta matéria não havia saído o resultado da reunião convocada pelo Ministério do Trabalho da argentina com a Asociación Bancaria e os bancos.


Fonte: Contraf-CUT

 

OUTRAS MATÉRIAS
#LUCRODOSBANCOS | 16/05/2024
Lucro da Caixa cresceu 49% no 1º trimestre de 2024
Com 1,56 milhão de novos clientes e 168 empregados a menos no quadro de pessoal, aumenta também a sobrecarga.
Desemprego | 16/05/2024
Mulheres jovens e negras são as mais afetadas pelo desemprego e informalidade
Elas têm mais dificuldade de contratação formal no mercado de trabalho, ganham 2,7 vezes menos e se dedicam duas vezes mais aos fazeres domésticos que homens brancos
Marcha da Classe Trabalhadora | 16/05/2024
Marcha da Classe Trabalhadora acontece em Brasília, no dia 22
Por pleno emprego, melhores salários e valorização das aposentadorias, trabalhadores marcham em direção à Esplanada